A coisa está mesmo preta: à excepção de um pequeníssimo grupo – uns escassos 10 por cento – que não deve fazer a mais pálida ideia de que coisa é essa do «país real», os portugueses andam chateados, pessimistas, desencantados, desiludidos, ralados, consumidos em preocupações. A conclusão consta do mais recente Eurobarómetro do Eurostat, que nos coloca na cauda da Europa a 27, a par dos húngaros, muito depois dos romenos, e a léguas de distância do primeiro lugar da Dinamarca. Estes resultados reportam-se ao Outono de 2007, ou seja, logo a seguir à «rentrée», pelo que não podem ser vistos como reflexo do agravamento da instabilidade económica que veio a registar-se no início deste ano. Esse facto é ainda mais significativo se tivermos em conta que a falta de confiança se agravou em relação a 2006, ano em que 88 por cento dos portugueses classificavam de má a situação económica e 91 por cento tinha idêntica posição em relação ao emprego.É verdade que, tirando Sócrates, Correia de Campos, Mário Lino ou Teixeira dos Santos, para citar os casos mais mediáticos, ninguém acredita que Portugal esteja em franco progresso, na senda do desenvolvimento, à beira do oásis. Não é por teimosia ou por espírito de contradição que se regista tal cepticismo, mas apenas e tão só porque o pessoal olha à volta e, por mais que se esforce, só vislumbra nuvens negras no horizonte nacional. Veja-se o caso dos espanhóis. Zapatero esteve aí, a anunciar projectos, unha com carne com Sócrates, mas na hora da verdade, zás, ficou a saber-se que as pensões mínimas de lá são o dobro das de cá e que o salário mínimo no país vizinho passou de 570,6 para 600 euros mensais este ano, podendo vir a ser de 800 euros se o actual primeiro-ministro vencer as eleições de Março. Não há quem aguente! E não é só dor de cotovelo, não, é que por cá não se cumprem promessas e agrava-se a desgraça. Foi o que sucedeu com o emprego, ou a falta dele, para o caso tanto faz, já que dos 150 000 prometidos não há novas nem mandadas, e o monstro continua a crescer, a crescer, oficialmente já vai perto dos oito por cento, pelo que não é de surpreender que 94 por cento dos portugueses considerem a situação do emprego má e 89 por cento não acreditem em melhorias económicas. Com tamanho pessimismo – ou deverá dizer-se realismo? – é natural que na lista das preocupações nacionais ocupem lugares cimeiros as preocupações com a inflação, a saúde, os impostos, justamente os sugadouros por onde se esvai o parco salário.Dizem os especialistas que o Governo «faz o seu papel» quando tenta transmitir optimismo ao portugueses. Será? Num barco a afundar não parece de bom tom fazer a promoção de sais de banho, que é o que Sócrates e o seu governo fazem quando insistem e persistem na política que está a deixar os portugueses na miséria, sem trabalho, sem saúde, sem direitos. Pela amostra, nem para papel de embrulho servem, quanto mais para acalentar a esperança. Correia de Campos e Pires de Lima já foram. Se fosse medido hoje, o pessimismo dos portugueses era bem capaz de estar mais comedido. Parafraseando o grande Eça, «Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa». (Avante 31-01-2008, Anabela Fino)
8 comentários:
Expliquem aos Povoenses a forma como na Ex-União Soviética lenine e outros criminosos assassinaram milhões de pessoas.
Enquanto não se demarcarem dessa gente deveriam estar de bico calado. O pcp faz falta ao país mas não ortodoxo e fundamentalista...
Já sei que vou levar o lápis azul...!
Um ex-pcp
RESPOSTA AO COMENTÁRIO 5 FEV 18:12
Lápis azul por certo não leva porque não somos partidários dessas medidas,este é um blog sem moderação de comentários ,portanto livre para dizer o que lhe vai na alma.
"Bico calado" não faz parte do nosso vocabulário
Quanto as explicações que pede e afirmações que faz, o PCP e seus militantes já estão habituados e imunes a esses devaneios de quem nada tem para dizer sobre o que realmente é o PCP e o projecto que tem para este país,convidamos para tal a dar uma espreitadela nos nossos estatutos e programa
Meu caro amigo isto do ser comunista é uma opção de vida ,trata-se de uma questão ideológica baseada em políticas de igualdade e justiça
Se antes era do pcp como afirma e agora é ex,então das duas uma, ou andou enganado na sua opção ou então não sabe mesmo o que anda cá a fazer
Caro amigo do comentário de 5 de FEV ás 18:12
Está no seu direito de dizer as atoardas que quizer em relação ao PCP.Certamente não foram os seus camaradas e correlegionários que antes e depois do 25 de Abril lutaram para restituir as liberdades e a democracia que hoje desfruta.Sobre a ortodoxia e fundamentalismos tem nas políticas que têm sido levadas a cabo pelos governos do PS,PSD e CDS/PP, a caval resposta para o "pobre" país que somos.Isso é que me envergonha,porque somos um país sem rumo,sem uma política que corresponda aos problemas e anseios da grande maioria do povo português.Aí não temos "messas" porque não vendemos Portugal aos retalhos e o poder económico ao "capitalismo selvagem",como tem sido a política dos partidos "gémeos" ao longo destes 32 anos.Quanto ao resto,temos orgulho do partido que somos e da luta que travamos para tornar Portugal um país mais solidário,mais justo,com igualdades de oportunidades para
todos,essa é a nossa grande "batalha".
COMENTÁRIO DE 5 FEV ÁS 18:12
Tem sido assim ao longo destes anos no País e na Póvoa de Lanhoso o ataque sistemático ao PCP e a criação do "papão" do comunismo,entendamos anti-comunismo primário,para enganar, manipular e explorar o voto dos incautos.Mas vocês sabem que foi e é assim que conquistam o poder,que se servem dele como ninguém,que enriquecem à custa dele,que criam os "tachos" e o "clientelismo político",etc.,etc. Mas sabem também que em questões de seriedade política e não só não há comparações entre o PCP e o PS,PSD e CDS/PP,entendamo-nos porque deixam sempre "rabos de palha",por todo o lado por ondam passam.Isto é que é lastimável e perigoso para a liberdade e a democracia,porque potencia abuso de poder,desrespeito pelas leis do País e um certo fundamentalismo do "tachismo" que vigora.Ora isto é que o chamado assalto ao "aparelho de estado" e o enriquecimento ilícito à custa dos nossos impostos.Graças a Deus que o PCP é um partido sério e tem a sua força nos trabalhadores honestos que defendem as causas justas e são os verdadeiros "obreiros da riqueza deste País".
ex-PS da Secção da Póvoa de Lanhoso
Para o Comentário de 5 FEV ás 18:12
Faz uma série de acusações ao PCP,na síntese da "velha cassete" explorada até â exaustão em tempos idos,mas gostaria de lhe dizer que desconhece completamente a prática política que o PCP desenvolve para envolver tantos milhares de militantes e simpatizantes nas lutas que tem desencadeado ao longo destes 85 anos de vida.Era assim no tempo do fascismo e da ditadura cruel que nos governava e não deixou de o ser depois do Glorioso 25 de Abril.Se há algum partido em Portugal que pratica a liberdade e a democracia no seu seio é inquestionávelmente o PCP e isso é demonstrável nas milhares de reuniões políticas que se desenvolvem nos 365 dias do ano.O mesmo não se poderá dizer dos outros partidos, e eu sei,que só realizam algumas reuniões quando se aproximam eleições para arranjar listas para as Autárquicas,o mesmo não acontece para as legislativas e Europeias porque os lugares já estão definidos pelo aparelho partidário.Isto é que é ortodoxia e fundamentalismo porque funcionam em estilo de grupo e não são abertas à grande maioria dos militantes e simpatizantes,porque são partidos"políticamente fechados".Ora o PCP não utiliza estes métodos, nem estes estilos de trabalho,porque vive da opinião do seu numeroso grupo de trabalho colectivo, que são os milhares de militantes que opiniam e decidem qual é o melhor caminho para envolver esta grande "massa" de militantes e simpatizantes nas suas propostas e linhas programáticas e que não tem paralelo em mais nenhum partido em Portugal e na Europa.São partidos fechados à crítica,enquanto o PCP é totalmente aberto e ouve com atenção todas as propostas que possan enriquecer o seu trabalho colectivo.Ficam aqui expressas estas opiniões para "aprender" alguma coisa sobre aquilo que é o PCP e deixar de lançar atoardas "rasteiras" que não engrandecem quem as dirige e que visam apenas e só lançar "poeira" para desviar a atenção da política fundamentalista do seu partido socialista que está em "maus lençõis" e já com prazo fora de validade.Agora o que vocês deviam era demarcar-se das políticas neo-liberais e não serem ortodoxos em relação,por exemplo,ao referendo do tratado europeu.Quem tem medo do povo e não respeita as liberdades e a democracia?!!!
ANÓNIMO DE 5 FEV ÁS 18:12
Era bom que explicasse aos Povoenses quem fundou aqui na Póvoa o MDLP e a sua estrutura "bombista" e quem incendiou e destruiu a sede do PCP! Não será um deles?!!!
Um democrata Povoense
COMENTÁRIO DE 5 FEV 18:12 H.
Sinceramente não percebi o que queria dizer em relação à Ex-União Soviética;se queria falar do nazi-fascismo de Hitler,que assassinou 20 milhões de soviéticos,e da Guerra de terror e genocídio que se abateu sobre a Europa,no qual os comunistas tiveram um papel preponderante não só na sua derrota como na resistência que se espalhou por todos os países onde os nazis e as SS entraram pelas suas cidades,vilas e aldeias. Não fala dos campos de concentração,onde foram mortos milhões de crianças,novos e velhos e da perseguição implacável que foi exercida sobre milhões de pessoas e da destruição de toda a Europa.Com todas as virtudes,erros de percurso e defeitos,não se pode deixar de prestar homenagem ao povo soviético que lutou afincadamente contra um "monstro" que levava tudo à sua frente e que se preparava para tutelar à sua maneira e de que forma milhões de Europeus.Olhe,tudo isto para lhe dizer que toda a montagem do filme "o desembarque na Normandia das forças de libertação Norte-Americanas" foi uma grande encenação,porque a ex-União Soviética já tinha ganho a guerra e libertado todos os Países da Europa de Leste e iniciava a libertação da Alemanha e dos restantes países da Europa Ocidental e sobre proposta dos Estados Unidos acedeu a assinar os acordos de "Ialta" com eles e a Inglaterra.Quem deve ter vergonha e demarcar-se não somos nós,mas sim os saudosistas do regimen fascista de Salazar e do nazi-fascismo de Hitler. Esses sim é que devem estar de bico calado porque não fazem falta nenhuma ao País e ao regimen democrático,antes pelo contrário,servem-se e de que maneira dele.Espero que leia todo o texto com atenção.
Antifascista Povoense
PRÓS E CONTRAS DE HOJE,SOBRE A JUSTIÇA,A CORRUPÇÃO,E Cª.,Lª.
CORRUPÇÃO - Foi evidente no debate de hoje quem são os promotores da corrupção em Portugal,só faltou identificã-los nome a nome mas todos afinal acabamos por saber que está instalada há muitos anos e que os seus autores estão ligados aos partidos que têm detido o poder ao longo destes anos.Este mal estar na sociedade portuguesa que advêm exactamente
do "deixa andar" e da falta de interesse das maiorias parlamentares para implementar leis que possam atacar e condicionar a sua actividade ilícita,têm a sua origem nos partidos que têm exercido o poder - PS,PSD e CDS/PP - que têm fugido da sua aplicação "como o diabo da cruz".Mas quem não conhece casos como o de Mesquita Machado,se calhar o mais flagrante em termos de enriquecimento ilícito a nível autárquico,dono e senhor de um império colossal,mas que os vários poderes políticos e judiciais têm ignorado e deixado andar à vontade.Se vivemos num Estado de Direito Democrático, como é que o poder legislativo e o poder judicial pode ter contemplações e não proceder a uma investigação com "cabeça,tronco e membros" para desmembrar as "redes de corrupção" que pululam por todo o país e que são do conhecimento de toda a sociedade.Como não lançar uma "operação mãos limpas" como foi feito em Itália e prender e reaver os milhões de contos em posse desses senhores que vivem faustosamente á custa do erário público, dos trabalhadores,dos reformados e das camadas mais desfavorecidas? É necessário levar as investigações até ás últimas consequências para travar de vez estes "roubos de lesa pátria" e responsabilizar os partidos aos quais pertencem. Que não há vontade política e legislativa já todos sabemos,porque o Senhor Primeiro-Ministro já disse em pleno debate da "Nação" que não contassem com ele para decisões dessa gravidade.O PR no seu discurso do 5 de Outubro de 2006chamou a atenção do poder político para essa "chaga" do país,mas passado todo este tempo não se fez nada!Quem manda no País são os "corruptos" e os "Xicos expertos" ou é o poder legislativo, político e Presidencial? Bem isto é só para dizer que não é por acaso que os "ricos cada vez são mais ricos" e os "pobres cada vez mais pobres" e não venham com a conversa que os partidos políticos são todos iguais,porque isso é uma forma "saloia" de querer meter no "mesmo saco" os sérios e os desonestos. Gostei muito deste programa que veio confirmar aquilo que o PCP denuncia há tantos anos e que foi aflorado e confirmado por individualidades tão distintas e de áreas tão diferentes como aquelas que o protagonizaram. Esperemos que surja um grande "safanão e envolvimento" da Assembleia da República,dos Partidos e da Justiça para se erradicar esta "máfia siciliana" e moralizar a vida política,económica,social e cultural.O País só tem a ganhar com medidas implacáveis sobre os infractores,porque reforça a confiança dos portugueses e o Estado de Direito Demcocrático.
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