sexta-feira, 31 de julho de 2009

DUOCRACIA


A provecta idade, que é aquilo a que se chega com um bocado de sorte e muita persistência, tem a vantagem de fornecer um manancial de memória nada desprezível quando chega a hora de fazer comparações. Por exemplo, quem viveu no fascismo lembra-se que então reinava por cá a paz podre da repressão e da exploração, que a liberdade tinha a perna curta dos lápis da censura, pelo que muitos fizeram a mala e zarparam.Com a revolução de Abril tudo mudou. Portugal abriu as portas ao mundo e tempos houve em que foi possível voltar. O Sol foi de pouca dura. A contra-revolução ganhou terreno, voltou ao Poder e paulatinamente foi reinstaurando (e ainda o está a fazer) a velha ordem capitalista, sob a larga capa da democracia, que ao fim de 33 anos de mau uso foi encolhendo, encolhendo e deu nesta duocracia actualmente em vigor.As consequências estão à vista: Portugal dá de novo ao mundo cada vez mais portugueses, o que faz da emigração o nosso maior produto de exportação, e no País só quase à lupa se encontra coisa que não seja made in qualquer outro lugar. Protestam os pescadores, os agricultores, os metalúrgicos, os professores, os funcionários públicos, os polícias e os militares, os jovens e os menos jovens, as mulheres e os homens, mas os duocratas andam tão entretidos nos seus negócios, nas suas falcatruas, nas suas corrupções, nas suas vidas de luxo que nem dão conta da sangria que grassa no País real. Não dão conta, quer dizer... Em ano de eleições mandam as boas práticas que se fale às massas prometendo mundos e fundos e pintando de cor-de-rosa todos os cenários, por mais negros que sejam. A última novidade saída esta quarta-feira do forno PS é a promessa de uma conta poupança de €200 a cada novo bebé nascido em Portugal que só poderá ser movimentada quando o petiz completar 18 anos. Chamam-lhe uma «conta futuro» para fazer de conta que o futuro está na banca. Do salário condigno dos pais, do posto de trabalho, da habitação, da saúde, da educação, da cultura... nem uma palavra. É caso para dizer que é pouca uva para tanta parra. Assim como assim, mais vale ir nascer à vizinha Espanha, onde os bébés já vêm com €2500 no «cordão umbilical».

terça-feira, 28 de julho de 2009

Há outras antes das autárquicas

Embora se viva cá na Póvoa com algum frenesim todo o processo que as eleições autárquicas acarretam, não nos podemos esquecer que estas não são tão importantes como as que as antecedem, ainda temos um processo eleitoral que pode, e deve no nosso entender, alterar a cena política nacional, ou seja a representação de forças políticas tem de ser alterada na Assembleia da Republica.
E para que tal aconteça é imprescindível o reforço da CDU.
No final da X legislatura, a maior desde o 25 de Abril, a situação do país piorou com a política de direita do governo PS.
Está pior a vida da maioria dos portugueses, com o desemprego, a precariedade, os baixos salários e reformas e o aumento do custo de vida. Está cada vez mais comprometido o desenvolvimento do país, com a obsessão do défice e o baixo investimento a promoverem a crescente dependência externa e a contínua destruição do aparelho produtivo.
Aumentaram as desigualdades na distribuição da riqueza, no acesso aos direitos sociais e laborais e entre grandes e pequenos empresários.
Cresceu a subordinação do poder político ao económico.
Degradaram-se os serviços públicos, as funções de Estado e amputou-se a soberania nacional. Uma boa parte da ofensiva do governo passou pela Assembleia da República, onde a maioria absoluta garantiu a sua aprovação, voltando a comprovar, se necessário fosse, como são perniciosas as maiorias absolutas de PS e PSD, com ou sem o CDS-PP.
Está na hora de dizer com todas as letras um grande BASTA
Contrariamente ao que a muitos querem fazer crer, vota-se para a AR e não para o futuro Primeiro-ministro ou para o governo
Os Povoenses não votam em Sócrates, Manuela Ferreira Leite, Jerónimo de Sousa, Paulo portas ou Francisco Louçã. Votam sim nos candidatos pelo círculo eleitoral de Braga e dia 27 de Setembro vão fazê-lo com toda a confiança
A CDU já apresentou os seus candidatos ao Circúlo eleitoral de Braga ,contando mais uma vez com o incansável Agostinho Lopes como cabeça de lista.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ELES GOSTAM TANTO DO POVO!


Eles gostam tanto do pooovo!... sentem-se tão chegadinhos ao pooovo!... preocupam-se tanto com o bom pooovo!... São uma ternura, principalmente antes das eleições. Mesmo entre eles, nestas ocasiões, deixam de o apelidar de ralé, populacho, gentalha e outros acepipes, embora continuem a sentir vertigens só de pensar no… “Povo Unido”.
Normalmente quando se referem ao povo engasgam-se, espirram… não conseguem evitar a alergia nervosa que tais vocábulos lhes causam. Há, no entanto, que fazer um esforço, sorrir-lhes, apertar-lhes a mão, dar-lhes beijinhos e palmadinhas nas costas e, sempre com a máscara que sorri, deixar no ar uma qualquer benesse para depois do escrutínio. Pode valer o sacrifício!
São os amantes de vão de escada que se servem do povo, prometendo-lhe mesada e casa posta, mas uma vez servidos voltam para o doce lar. E quando, por acaso, se cruzam numa qualquer esquina da vida com o povo que juraram amar, viram-lhe a cara fingindo não o conhecer.
E porque têm um ar lavado assessorados que são por especialistas de imagem, terapeutas da fala, escribas de qualidade para lhes redigir os discursos, o produto aparenta boa qualidade exterior. Dão espectáculos em espaços amplos enquadrados pela bandeira nacional, a das estrelinhas amarelas, colocando em evidência a bandeirinha da agremiação a que pertencem. E os basbaques caem na esparrela.
Se o potencial cliente são os trabalhadores, para publicitarem a mercadoria que pretendem vender apresentam-se em mangas de camisa, como quem vai à feira.
Tomarão outra postura nas reuniões com os banqueiros de quem dependem e servem; impõe-se encadernação adequada ao cenário, fato à medida nos melhores alfaiates.
Postura de estado se a ocasião assim o exige, porte austero, bem aprumados e circunspectos, fazem-nos rir.
E o povoléu que até gosta de assistir a estas metamorfoses lá lhes vai ouvindo as parlapatices envoltas em música celestial onde, à porfia, cada um promete mais que o outro; e fazem-no com uma candura e encenação tão perfeitas que, mesmo apercebendo-se que é conversa para boi dormir, o povo lá tem ido pôr a cruzinha, jurando sempre ser a última vez.
É evidente que, nestas ocasiões, se faz crer que são profundas as preocupações com os mais carenciados, o termo é ambíguo: carenciado tanto pode ser alguém necessitado de pão como de afecto.
Mas o melhor é levar-lhes pão:
- “Ó Gertrudes! não te esqueças de entregar pessoalmente o cabaz com artigos de mercearia à mulher do Manel.”
- “Aprende a falar em período eleitoral: à esposa do senhor Manuel, está bem!”
- “Sim, aquele que foi despedido a semana passada; leva essa comidinha e que não se esqueçam de ir botar o papelinho com a cruzinha no lugar do costume.”
E eles lá têm ido carregando a cruz do costume e sofrendo a vidinha de sempre.
É a vida!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O que é a ruptura com a política de direita?



Muito para além da espuma mediática que diariamente nos chega sobre os casos de corrupção envolvendo o BPP, o BPN, ou, ainda recentemente, o BCP, está a realidade que hoje marca o sector financeiro no nosso país.Perdidos no meio de nomes de ex-ministros, governadores e advogados, afogados em inquéritos e comissões, iludidos pelas declarações curvilíneas do Governo ou do Banco de Portugal, à maioria do Povo português chega uma informação que diariamente é filtrada, que oculta a ideia de que estamos perante um gravíssimo problema político e económico em vez de uns isoladíssimos casos de corrupção.Basta recuar o filme um pouco atrás para perceber que na origem deste conjunto de casos está o processo de privatizações que teve na banca – e não por mero acaso - o primeiro sector a passar das mãos públicas para os bolsos privados. Que tal processo contou com a activa participação de altas figuras do Estado de governos do PS, PSD e CDS-PP, não apenas na decisão política, mas também na construção e consolidação dos grupos financeiros. Que a intervenção das entidades reguladoras e de supervisão não é separável do poder dos grupos económicos nem das políticas de diferentes governos que os servem. Ou que há muito que o crime económico, a fraude fiscal, o tráfico de influências ou branqueamento de capitais, gozam de uma inaceitável impunidade, ou ponto de, no meio de tanto barulho, não se conhecer verdadeiramente nenhum caso de condenação e punição dos responsáveis.Toda uma realidade que corre debaixo do pano, onde se acumulam muitos milhões e fortunas imensas, e que se soma àquela que, na fronteira da legalidade, lá vai correndo de vento em poupa e permite que, numa altura de gravíssima crise, só a banca apresente 5 milhões de euros de lucros por dia. Facto que no mínimo levanta a suspeita sobre aquilo que se está a passar, não em dois, ou três bancos, mas no conjunto do sistema financeiro Havendo naturalmente uma responsabilidade individual de cada uma das figuras envolvidas – e que não pode deixar de ser apurada com todas as consequências - há uma responsabilidade política de quem durante anos tem governado o país.Muitos nos perguntam o que queremos dizer quando falamos em ruptura com a política de direita? Ora aqui temos um bom exemplo. Ruptura com a política de direita é acabar com esta «roubalheira». É nacionalizar a banca, é fazer justiça e punir os responsáveis, é acabar com a promiscuidade entre cargos públicos e interesses privados, é pôr fim aos benefícios fiscais, é romper com a prioridade dada ao sector financeiro em vez do produtivo. É no fundo, tudo aquilo que os grupos económicos e o grande capital mais temem.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

NEM SOCRATES NEM FERREIRA LEITE



Quanto menor for a “governabilidade”, mais condições terão os trabalhadores de fazer valer os seus direitos




Perigo de o país se tornar “ingovernável”, foi o que o PS atirou à cara dos eleitores na própria noite em que soube da derrota nas europeias. Desde então, o mote tem-se repetido em jeito de campanha para assustar os temerosos. É fácil de perceber o propósito: dramatizar o confronto partidário daqui até às eleições legislativas para justificar a necessidade de uma nova maioria absoluta.O drama não é só do PS, é das classes dirigentes. A maioria absoluta de Sócrates foi para elas um maná: permitiu-lhes fazer da acção do governo um rolo compressor dos direitos dos trabalhadores e uma alavanca para os negócios do capital, como não tinha acontecido desde os governos de Cavaco Silva. Perder esse instrumento é motivo de apreensão geral. Por isso, todos – partidos do poder, patrões, presidente da República, ex-presidentes da República, comentadores a soldo – querem que uma nova maioria absoluta se constitua seja como seja, só com um ou com o número de partidos que for preciso. Pretendem afinal assegurar a continuidade da mesma política dos últimos quatro anos, se necessário com outros figurantes.

Da parte dos trabalhadores o interesse é exactamente o contrário: fragilizar o mais possível o próximo governo de modo a que a sua capacidade de acção fique diminuída. No plano eleitoral, a resposta à campanha das forças do poder tem de ser, assim, a de recusar nova maioria absoluta seja de quem for; a de diminuir a margem de “legitimidade” que reclamam em resultado do voto; a de rejeitar a política do patronato, desempenhada por Sócrates ou por Ferreira Leite; a de baixar o número de votos de trabalhadores nos partidos da direita. Quanto menos condições de “governabilidade” tiver um próximo governo, mais condições terão os trabalhadores de fazer valer os seus direitos.Mas, como bem mostram os acontecimentos dos dois últimos anos, foi a demonstração pública, na rua, da aversão dos trabalhadores à política do PS; foram as acções de resistência de diversos sectores profissionais em resposta aos ataques governamentais-patronais; foram os protestos dos utentes dos serviços públicos de saúde, de transportes, de assistência social, de educação contra a perda de direitos – foi toda essa manifestação de descontentamento, iniciada em finais de 2006, que se expressou em 7 de Junho na queda eleitoral do partido do governo.Será essa, portanto, a via para que se acentue a recusa, não apenas da política levada a cabo por Sócrates, mas em geral da política que o poder patronal quer fazer prosseguir através de qualquer um dos partidos que o representam.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

PAROLE...PAROLE....


O título da canção italiana traduz a crítica às palavras sem consistência das forças da política de direita e do oportunismo dos «cucos». E verbera o «vale tudo» de uma forma de estar na política que expressa interesses contrários aos trabalhadores.A campanha eleitoral evidenciou que há forças políticas que copiam, sem escrúpulos, não apenas propostas do PCP (nisto o BE é o maior), mas até expressões, que adaptam à sua agenda – assim cai o estigma anticomunista da «cassete», que criou tantas dificuldades ao PCP na defesa das suas propostas.Ouvir as rábulas da direita sobre a soberania, os MPMEs e os reformados, ou o inefável P. Portas sobre o «trabalho dos deputados CDS» é um momento exigente para resistir à náusea.Assistir às afirmações de M. F. Leite – paradigma da «política de verdade» -, que tão depressa «rasga» e entra em «ruptura» com as políticas sociais do Governo, como clarifica que não se opõe a coisa nenhuma, evidencia que PS e PSD têm no essencial a mesma política – que conduziu à crise, que nesta fase concentra riqueza e que, na putativa saída da crise, propõe novos cortes na despesa social do Estado, sempre ao serviço dos grandes interesses. É a «banha da cobra» da alternância que não altera patavina da política de direita.Ouvir de Sócrates cobras e lagartos contra o neoliberalismo ou a defesa do voto de «esquerda» no PS, no «combate contra a direita», em defesa do «Estado Social», põe a nu o «conto do vigário» que persiste na «continuidade» das mesmas políticas neoliberais, que levou a um nível sem precedentes.Reler a mistificação do «sobressalto» necessário para que o PS se aguente nas próximas eleições e a oferta de álibis à «esquerda» para que continue a governar à direita, quando é evidente a urgência da ruptura e que esta só pode resultar de menos PS e mais PCP, põe a claro que não há palavras bonitas «à esquerda» que possam esconder os projectos dos pré-candidatos a líder do PS ou a PR.Rever como os «cucos» se põem a jeito de todos os «sobressaltos» e do mais que possa trazer votos, sem princípios nem projecto, mas sempre anticomunistas, que é doentia a ambição de «uma nova esquerda para liderar essa alternativa» (F. Louçã 12.06) e é ainda maior a patranha. Porque sem ruptura com a política de direita e sem o reforço do PCP não há caminho para a alternativa.O resto são «parole ...» e pouco mais.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

OS DIAS NÃO ESTÃO FÁCEIS PARA OS JOVENS

Os dias não estão fáceis para os jovens portugueses.

Esta é a geração que querem sem “direitos”.


Para quem já não há empregos para a vida, e a educação foi transformada num investimento pessoal, para quem viver na casa dos pais até tarde dá mais jeito, e ter filhos muito depois dos 30 anos é uma decisão madura, para quem o voluntariado é a nova grande causa, e as manifestações são coisa do passado.
Esta é a geração que só conheceu a política de direita.
Mas “Política de Direita” não é retórica da CDU!É a acção concreta de sucessivos governos na desfiguração da Constituição de Abril e na negação e destruição dos direitos do povo português.
É o caminho escolhido do desperdício de recursos, da energia e da força criadora da juventude, é a irracionalidade dos mais de 200 000 jovens atirados para o desemprego no momento em que se encontram no auge das suas capacidades.
33 Anos de alternância sem alternativa, 33 anos de políticas anti-democráticas e anti-juvenis ora de governos PS, ora de governos PSD com ou sem o CDS.33 Anos de dança das cadeiras sempre com a mesma música de fundo: baixos salários, contratos a prazo, trabalho temporário, falta de apoio à constituição de família e à habitação, desemprego, que atinge cerca de 20,3% dos jovens; uma escola orientado exclusivamente para a formação profissional de banda estreita, que não estimula o gosto pela cultura, pela crítica, o desenvolvimento da capacidade racional e analítica, a inteligência e a criatividade.Esta é a geração que cresceu com a liquidação das conquistas de Abril.
Para quem é difícil acreditar que em Portugal existiu Ensino Superior Público sem propinas, que um contrato de trabalho efectivo era regra e não excepção, que o direito a ter uma casa para viver e ser independente não demorava décadas, que não se pagava para ir a uma urgência de saúde.Mas esta geração também sabe que não está condenada ao desemprego, à precariedade, ao abandono escolar, e contra tudo isto milhares de jovens lutaram nos últimos quatro anos.Esta geração sabe que tem direito, e está disponível para construir uma vida melhor, e que esse caminho só é possível com a CDU e o seu reforço.Para a CDU, os problemas da juventude são os problemas do país.
E por isso enquadramos a política de juventude no cenário mais amplo da política económica e social.
Aos muitos jovens descontentes dizemos que a esperança nasce da luta contra aqueles que têm usado o Estado e a confiança dos portugueses para satisfazer interesses próprios, interesses privados, nacionais e estrangeiros.
Porque a CDU, confiante na força criadora da juventude, compreende a ruptura com esta política como a única saída para a realização dos seus direitos e aspirações.Já esta semana a Juventude CDU divulgou as “Medidas Urgentes para a Juventude”, das quais destacamos:A valorização da avaliação contínua, e o fim dos exames nacionais do Ensino Secundário e Básico;Uma Nova Lei de Financiamento do Ensino Superior – Fim das propinas;A revogação do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior – Pela participação democrática dos estudantes, não à “empresarialização” da Escola Pública;A passagem a efectivos de todos os trabalhadores que desempenham funções de carácter permanente – Fim do trabalho precário;Alargamento dos critérios de acesso ao subsídio de desemprego e prolongamento do período de atribuição;A criação de um Plano Público de Habitação que assegure o direito à habitação a todos os jovens, e o estabelecimento pela Caixa Geral de Depósitos de 0,5% como valor máximo de spread nos empréstimos à habitação;Estas propostas são elementos de uma política mais vasta de ruptura e de mudança tão necessária ao país.
Uma nova política de esquerda que, vinculada aos valores de Abril e à Constituição da República, garanta uma vida melhor aos portugueses, num país mais justo, desenvolvido e soberano, e garanta a efectivação dos direitos da juventude e a realização dos seus sonhos e aspirações.Por isso nos dirigimos aos jovens portugueses e dizemos que “Contigo, construímos a alternativa!”.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

ELAS AÍ ESTÃO

Elas: as sondagens.

Houve quem pensasse e escrevesse que, após o clamoroso escândalo sondageiro nas eleições europeias, nada iria continuar como até aí. E, de facto, nas semanas seguintes elas meteram a viola no saco, caladinhas que nem ratas ou assobiando para o lado. Talvez por vergonha – pensou-se.
Mas tratava-se, tão somente, de uma manobra táctica.
E elas aí estão, novamente. Gémeas das que as europeias desmascararam, ei-las de regresso às primeira páginas dos jornais, sem vergonha nem pudor, como se o que aconteceu não tivesse acontecido – e, outra vez, não a dizer-nos como os eleitores pensam ir votar, mas a dizer aos eleitores como devem votar.

Ao fim e ao cabo cumprindo o papel que lhes está destinado enquanto instrumentos de propaganda eleitoral cuja tarefa é procurar encaminhar o voto ao sabor dos interesses de quem as encomenda e paga.
Porque é isso que as sondagens são, na maioria dos casos: instrumentos de influenciação da opinião, do voto – das ideias - dos cidadãos.
Isto porque elas são parte integrante do arsenal propagandístico através do qual o sistema capitalista constrói e difunde a sua ideologia – e justifica as sua acções.
E assim é em todo o lado onde o capitalismo domina, como todos os dias podemos constatar.
Um exemplo: uma sondagem, divulgada no dia a seguir às eleições no Irão, «informava» que «75% dos iranianos» desejavam, ou viam com bons olhos, uma aproximação do seu país com os EUA – aqui temos uma sondagem mesmo-mesmo a calhar para a leitura mediática dos acontecimentos que se seguiram à contagem dos votos…
Outro exemplo: sondagens hondurenhas «informaram» que o apoio ao presidente Manuel Zelaya «desceu para cerca de 30 por cento nos últimos meses» - aí está uma sondagem mesmo-mesmo a calhar para os golpistas que depuseram o presidente e, em simultâneo, para os média que, em todo o mundo, propagandeiam os golpistas e dizem que o golpe militar foi «legal» porque o referendo era «ilegal»…
Daqui até 27 de Setembro elas suceder-se-ão e as suas «previsões» dir-nos-ão quais os resultados que mais interessam ao grande capital.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Gesto inqualificável de um Governo desorientado

A atitude exibida pelo Ministro Manuel Pinho durante o debate sobre o Estado da Nação, com um gesto que o qualifica enquanto pessoa, é sobretudo demonstrativa da desorientação do Governo e reveladora do incómodo que a firme e determinada oposição que o PCP provoca no PS.



Este gesto, a todos os títulos inaceitável, não pode contudo desviar as atenções do país sobre as matérias que estiveram em debate na Assembleia da República e da necessidade de interromper o penoso ciclo da política de direita que está na origem da crise, do desemprego, dos baixos salários, das injustiças e da corrupção que marcam a vida nacional.


Foi o questionamento do PCP em 26 de Fevereiro de 2009 que esteve na origem da demissão que hoje se verificou do Ministro da Economia


LEIA AQUI:
O CHEQUE QUE FEZ CAIR MANUEL PINHO

A REELEIÇÃO DE ILDA CONFIRMA PRESTIGIO DO PCP





















ESQUERDA UNITÁRIA EUROPEIA

ILDA FIGUEIREDO ELEITA VICE-PRESIDENTE

A deputada do PCP no Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo, foi reeleita, dia 24, vice-presidente do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL).A par da recondução de Ilda Figueiredo no cargo que ocupa desde o início da anterior legislatura, a reunião do grupo em que se integram os dois deputados do PCP elegeu igualmente o seu presidente e outros quatro vice-presidentes.O alemão Lothar Bisky, do partido Esquerda (Die Linke) foi escolhido por unanimidade para substituir o francês Francis Wurtz na presidência do grupo. Como vice-presidentes foram ainda eleitos Eva-Britt Svensson (Suécia), Kartika Liotard (Holanda), Takis HatziGeorgiou (Chipre) e Miloslav Ransdorf (República Checa).O grupo é actualmente constituído por 35 deputados de 13 países, designadamente:Alemanha, Cornelia Ernst, Gabriele Zimmer, Helmut Scholz, Jürgen Klute, Lothar Bisky, Sabine Lösing, Sabine Wils e Thomas Händel ((Die Linke); República Checa, Miloslav Ransdorf, Jaromír Kohlíček, Jiři Maštálka e Vladimír Remek (PCBM); Chipre, Kyriacos Triantaphyllides e Takis HatziGeorgiou (AKEL); Dinamarca, Søren Bo Søndergaard (Movimento Popular Contra a UE); (Espanha, Willy Meyer (Izquierda Unida); França, Jean-Luc Mélenchon, Jacky Hénin, Elie Hoarau, Patrick Le Hyaric e Marie-Christine Vergiat (Frente de Esquerda); Grécia, Georgios Toussas e Athanasios Pafilis (KKE); Nikolaos Chountis (SYRIZA); Holanda, Kartika Liotard e Dennis de Jong (Partido Socialista); Irlanda, Joe Higgins (Partido Socialista); Letónia, Alfred Rubiks (Partido Socialista), Portugal, Ilda Figueiredo e João Ferreira (PCP), Marisa Matias, Miguel Portas e Rui Tavares (BE); Reino Unido, Bairbre de Brún (Sinn Féin); Suécia, Eva-Britt Svensson.