quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

P'ro ano é que é



Apesar da aproximação do Natal e dos resultados que aí estão, não é do futebol da segunda circular que aqui se trata, mas sim da anunciada intenção do PSD de - até que enfim(!) - fazer de 2008 «ano da demarcação clara do Governo de José Sócrates».A prometida «radicalidade» de oposição ao Governo PS e a anunciada «combatividade» face ao «cinzentismo» de Marques Mendes, que há três meses levou L. Filipe Menezes ao poder no PSD, resultou afinal em calmaria, só entrecortada pelos Flops do Lopes no parlamento e pelas escassas diatribes de Menezes sobre a concessão dos canais da televisão digital terrestre aos grupos Impresa e Prisa - que é essencial garantir apoios no complexo empresarial mediático.Para além disto Menezes cuidou da «imagem de Estado», ditada pelos assessores de marketing político e consonante com Cavaco, por interposta M. Ferreira Leite – do que se trata é de espremer o PS e de levar o mais longe possível as suas políticas de direita, que o PSD não teria condições de concretizar. Do que se trata é de «agilizar acordos negociais» com o Governo PS «muito mais rapidamente que M. Mendes», na justiça, na segurança interna, nas leis eleitorais, nas obras públicas, etc., - mas sem nunca lhes chamar «pactos de regime», para não parecer que está tudo cada vez mais na mesma.Porque a questão - a perplexidade deste PSD -, é que nada tem de facto de substancial a contrapor à política do PS/Sócrates, ou a propor aos grandes interesses, que este Governo não esteja a fazer - com prejuízos profundos para os trabalhadores, o povo e o país.A crise do PSD (e do CDS), que é mais evidente desde 2005 e que continua a agravar-se, resulta de estarem exauridos pelo PS, que assume o seu ideário de perversão constitucional e reconfiguração do Estado e as suas políticas de domínio do capital financeiro sobre o poder político e a economia e assim garante a rede clientelar desta esmagadora concentração da riqueza.Bem pode Menezes prometer que para o ano vai esbracejar, porque não terá muito por onde. E como no passado, o PSD ficará à espera que o embate da luta popular e o fracasso das políticas do PS lhe entreguem o poder.Também por isso urge o reforço do PCP, por uma nova política, contra este rotativismo absurdo.

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