terça-feira, 20 de novembro de 2007

NO LESTE PREFERE-SE O SOCIALISMO


Passados 18 anos da queda do muro de Berlim, a maioria esmagadora dos alemães da antiga República Democrática Alemã continuam a preferir o regime socialista à ordem capitalista que lhe foi imposta.Esta é pelo menos a conclusão de uma sondagem publicada no sábado, 10, pelo insuspeito semanário Der Spiegel, que incidiu sobre um universo de mil inquiridos abrangendo as faixas etárias dos 35 aos 50 anos e dos 14 aos 24 anos.No primeiro grupo, 92 por cento das respostas foram favoráveis ao socialismo. E mesmo entre os mais jovens, 60 por cento lamentam que nada tenha restado «das coisas de que se podiam orgulhar da Alemanha Oriental».O estudo apurou ainda um número apreciável de «adeptos» do socialismo na parte ocidental do país. Aqui, 26 por cento dos jovens e 48 por cento dos da geração de seus pais são da opinião de que a antiga RDA possuía um sistema de protecção social superior ao que existe actualmente.Visivelmente surpreendido e incomodado com os resultados obtidos, sobretudo entre as camadas jovens, os editores do Spiegel tentam desvalorizá-los, afirmando que se trata de «uma opinião de lentes cor-de-rosa», daqueles que só vêem na Alemanha Oriental «emprego para todos, creches para todas as crianças e um sistema de protecção social que acompanhava o cidadão do berço até ao túmulo. É claro que esta geração não foi exposta aos aspectos negativos da vida sob o domínio comunista, como as filas para comprar alimentos e a repressão policial», conclui com altivez a prestigiada revista, esquecendo propositadamente que o desemprego massivo que continua a flagelar o Leste da Alemanha e a redução drástica dos salários reais e direitos sociais em todo o país colocam hoje em causa não só a liberdade individual mas a própria sobrevivência em condições mínimas de muitos milhões de alemães.

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