segunda-feira, 5 de novembro de 2007

VIVA A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

A evocação da Revolução de Outubro é desde logo um elementar exercício de memória perante um acontecimento maior da história do movimento operário, fundador do movimento comunista internacional e inaugural de uma nova época da história da Humanidade. Por outro lado, as sistemáticas campanhas contra a Revolução de Outubro e as experiências do socialismo, obrigam os comunistas a uma luta permanente em defesa da verdade histórica. Mas a importância do tema tem muito mais que ver com o futuro que com o passado; este interessa fundamentalmente porque confirma as teses centrais do pensamento marxista, mostra o caminho revolucionário em que é necessário persistir e encerra ensinamentos de grande valor para a luta presente dos comunistas e para o seu projecto emancipador.
Os revolucionários que se lançaram no empreendimento inédito de Outubro estavam armados com a teoria de Marx e Engels que Lénine genialmente desenvolveu, dispunham de um sólido partido de vanguarda, apoiavam-se num proletariado experimentado e decidido a transformar profundamente a sociedade para alcançar a paz, a terra e o pão. Mas quanto a quase tudo o mais foram audaciosos e heróicos protagonistas de um empreendimento sem precedentes de colossais dimensões. A avaliação das causas das derrotas do socialismo na URSS e no Leste da Europa não pode ignorar esta realidade. Noventa anos volvidos sobre as gloriosas jornadas de 7 de Novembro as responsabilidades dos comunistas são bem maiores pois têm à sua disposição um manancial de experiências de processos concretos de edificação da nova sociedade antes desconhecidos dos comunistas russos. E sendo a alma do marxismo-leninismo a análise concreta da situação concreta é necessário prosseguir a investigação e o exame desse rico património acumulado, tanto em países onde a contra-revolução acabou por triunfar, como lá onde os comunistas continuam no poder e a colocar como tarefa e objectivo a construção de sociedades socialistas.
Simultaneamente é necessário aprofundar a análise do capitalismo contemporâneo, das suas velhas e novas contradições, dos contornos concretos de que hoje se reveste a sua crise quando a centralização e concentração do capital e da riqueza atinge níveis nunca vistos e se alarga extraordinariamente o campo das forças objectivamente interessadas na liquidação do poder dos monopólios e do imperialismo.
Com o desaparecimento da URSS não se modificou a natureza exploradora e agressiva do capitalismo, sistema que não só confirma a sua incapacidade para resolver os problemas dos trabalhadores e dos povos como põe em perigo a própria Humanidade.
A actualidade e a necessidade do socialismo são maiores do que nunca. O destino das teorias sobre o «fracasso» da Revolução de Outubro, da «morte» do comunismo ou do «declínio irreversível» do movimento comunista é cada vez mais visivelmente o caixote do lixo da História. A correlação de forças é desfavorável às forças do progresso social e da paz. O imperialismo está na ofensiva e o campo das forças revolucionárias encontra-se ainda muito enfraquecido. Mas é também muito forte a resistência e grandes as potencialidades de desenvolvimentos progressistas e mesmo revolucionários. Nesta situação contraditória, marcada pela instabilidade e a incerteza, o principal é manter a confiança nos valores e ideais do socialismo e do comunismo e, cuidando permanentemente da construção do partido de vanguarda e da sua ligação com as massas, persistir no projecto de uma sociedade socialista.

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