Sócrates 2009
"opinião de Constança Cunha e Sá"
O lema ‘Sócrates 2009’ é a certidão de óbito do PS, emitida, para cúmulo, nas vésperas de um ciclo eleitoral.
Num gesto de altruísmo e de rara dedicação, o PS decidiu transformar as próximas eleições num verdadeiro plebiscito ao seu líder incontestado. O lema escolhido – Sócrates 2009 – não só revela uma concepção original do sistema democrático, assente no culto da personalidade e na natureza insubstituível do homem providencial, como reduz o partido à sua própria (e visível) insignificância.
O arranque oficial da campanha socialista, que sintomaticamente se realizou em Espinho, foi um momento único para se perceber os ingredientes desta estratégia. O discurso do eng. Sócrates e os encómios dos seus acólitos não deixaram margem para grandes dúvidas. Quem concorre às próximas eleições não é o partido, nem mesmo o seu secretário-geral: é um homem excepcional que se candidata ao cargo de primeiro-ministro para ver sufragada a sua obra à frente do Governo e que se apresenta a votos para que o povo – 'que é quem mais ordena' – lhe faça o especial favor de dizimar as 'forças ocultas' que estão por detrás da 'campanha negra' que se abateu sobre a sua impoluta pessoa.
Esta premeditada confusão entre o plano judicial e o plano político, através da qual se pretende que a investigação criminal passe a ser sufragada pelo voto popular, tem os seus antecedentes históricos: ao usá-la, o eng. Sócrates junta-se a um colorido grupinho de autarcas que tem como expoentes máximos o sr. Isaltino Morais, o major Valentim Loureiro e a sra. Fátima Felgueiras, cuja recandidatura o PS não apoiou por motivos que, agora, parecem incompreensíveis. Se a ideia é, como diz o eng. Sócrates, introduzir uma certa 'decência' na política, não se pode dizer que este seja o caminho mais indicado.
Infelizmente, foi o caminho escolhido pelo PS que, depois de se ter insurgido, desde sempre, contra qualquer escândalo alheio, surge agora como defensor oficial de um alvo do Ministério Público e de dedo em riste contra os jornalistas que se atrevem a dar conta das diligências judiciais em curso. Seria de esperar que este PS, tão solícito na denúncia de 'campanhas negras' e 'assassinatos de carácter' contra o seu martirizado líder, se aplicasse, com igual zelo e dedicação, na defesa de outras vítimas que por aí andam, perseguidas pela Justiça e nas primeiras páginas dos jornais.
Mas, como se tem visto, o eng. Sócrates goza de um estatuto especial: com o partido a seus pés, conseguiu ligar irremediavelmente o destino do PS ao seu próprio destino. O lema ‘Sócrates 2009’ não é mais do que a certidão de óbito do PS, emitida, para cúmulo, nas vésperas de um ciclo eleitoral.
3 comentários:
Está-se mesmo a ver que o Partido Socialista está nas mãos de um "homem só", que corta e risca como quer e lhe apetece,quer em relação à constituição dos órgãos directivos,quer em relação ao partido,quer em relação ao Governo.
Hoje o PS é um partido do unanimismo,o que o que o chefe decide é que está bem e todos em uníssono "abanam a cabeça" com medo de perderem os "tachos" ou de não conseguirem chegar lá.
É isto o partido da esquerda democrática e moderna que nos quer continuar a governar e a atirar para o fundo do poço,como é que o povo português pode aceitar uma coisas destas?!
Vamos esperar para ver mas com este Sócrates e com o poder que os seus camaradas lhe deram é preciso ter muito cuidado,já deu provas de uma intolerância a toda a prova e com toques inquietantes de arrogância e prepotência.
Vamos todos mandá-lo para as "calendas da história grega",não é de confiar e temos todos motivos para isso.
Meus Amigos,
O texto da Constanaça Cinha e Sá é bem o espelho da realidade actual daquele que, em tempos que já lá vão, se designava por Partido Socialista.
Num recente comentário que aqui postei afirmei que o actual PS é uma espécie de Acção Nacional Popular, para não lhe chamar União Nacional, da "democracia" em que somos obrigados a viver e o texto que agora serve de mote para sobre ele tecermos os nossos comentários vem comprovar isso mesmo.
Edmundo Pedro, um histórico fundador do PS com 10 anos de Tarrafal "nas costas", dias antes do Congresso de Espinho vinha publicamente insurgir-se contra o actual estado do partido, ao mesmo tempo que denunciava que havia medo
no PS, medo ao líder, medo de perderem os tachos e as benesses.
E que vimos nós? No dito Congresso,
o velho e histórico socialista que com os seus 90 anos não deve ter de
ter medo, fazer a figura caricata de subir ao palco do Congresso e abraçar José Sócrates, quase como a pedir perdão pelas declarações que dias antes proferira. Isto é um belo exemplo do PS que temos.
Se a isso juntarmos as tristes declarações de Mário Soares à TVI, igualmente por mim aqui trazidas, deparamos com uma verdade única, a de que a "brigada do reumático" socialista se une toda em volta do
tal "homem providencial" que, noutros tempos, se chamava Salazar ou Caetano e que, hoje, querem que se chame Sócrates.
E Portugal e os portugueses têm ainda bem viva na memória toda a história dos "homens providenciais" para arriscarem apostar noutro. Mas, com este povo e com o clubismo que põe na política e arrisca o seu próprio futuro e o dos seus filhos, nunca se sabe...
Um abraço do,
Carlos Sousa Dias
Povoa de Lanhoso a contrariar ou no seu melhor!
Perguntas sem resposta. Desculpem-me a franqueza caríssimos povoenses.
Quem é que, vai ganhar as Autárquicas?
Sr.: Manuel Batista?!
Dr.: António Lourenço?!
Outras forças políticas, caso venham a candidatar-se?!
A Câmara Municipal;
Deveria ou não apoiar os jornais locais?
Dar apoio aos autores da terra?
Dar mais apoio ao desporto?
Fazer uma S. A. com os pequenos comerciantes, para combater a crise do concelho?
Não apoiar pessoas, ditas pobres, sem antes saber muito bem e ao pormenor a situação delas?
Arranjar meios para influenciar os jovens a ficar na terra Natal?
Ser isenta de Politiquices, quanto a todos e quaisquer assuntos com a população?!
in, povoadelanhosoacounoseum.blogspot.com
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