terça-feira, 15 de junho de 2010

A PULHICE HUMANA



Pulha – Pessoa sem carácter, bandalho; patife (Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa da Porto Editora).
Andam por aí uns sujeitos que insistem em não nos explicar o porquê do limite de 3% do PIB para o défice das contas públicas. Qual é a lei económica que dita tal barbaridade? Estarão os 16 países da Zona Euro certos? E será que todos os restantes 180 países do Planeta onde tal obrigatoriedade não se coloca, errados?
Andam por aí umas pessoas a defender a redução dos salários e das pensões. Mas foram os salários e as pensões que provocaram a crise? Em 1975 a parte que as remunerações, sem incluir as contribuições sociais, representavam do PIB era 59%. Em 2008 de apenas 34% do PIB. Mais. Esses indivíduos sabem que as remunerações, sem encargos sociais, representam, em média, apenas 11,7% dos custos totais das empresas portuguesas (15% com as contribuições sociais). Portanto, uma redução mesmo de 30% (como propõem) nos salários diminuiria, em média, os custos totais apenas entre 3,5% e 4,5%. Mesmo considerando as importações a diminuição, no máximo, seria de 9%. Isto num país onde quase três milhões de portugueses vivem com menos de 10 euros por dia e mais de 230 mil com menos de 5 euros. E onde o valor médio dos salários está abaixo de metade da média europeia.
Andam por aí uns entes que advogam como saída para a crise a redução do subsídio de desemprego, com uma «poupança», dizem eles, de 40 milhões de euros. Assim, proclamem, as pessoas regressariam mais rapidamente ao mercado de trabalho. Só que estas criaturas sabem que em Portugal o número de desempregados à data da tomada de posse do 1º governo Sócrates (2005), era de 399 300. E hoje, a 30 de Abril, é de quase 605 mil.
E o desemprego EFECTIVO atingiu, na mesma data, os 729,3 mil portugueses (13%). Quantos postos de trabalho estão no mercado à espera de serem preenchidos?
Estas figurinhas também sabem que cerca de 85% da população desempregada procura um novo emprego. E que a maior parte o faz entre um e seis meses (cerca de 28%) ou há mais de 25 meses (cerca de 30%). Como conhecem muito bem que o número dos desempregados que não recebem subsídio de desemprego é superior a 370 mil (50,7% dos desempregados EFECTIVOS). Recorde-se que o INE considera como estando EMPREGADO todo aquele que tenha «efectuado um trabalho de pelo menos uma hora (!!!), mediante o pagamento de uma remuneração ou com vista a um beneficio ou ganho familiar em dinheiro ou géneros».
Andam por aí uns exemplares que mandam encerrar uma escola modelo como a EB1 de Várzea de Abrunhais, concelho de Lamego, vencedora do Concurso Mundial de Escolas Inovadoras 2009. Ou que nada fazem para anular o défice alimentar de Portugal que, ano após ano, ascende a 4 mil milhões de euros. Ou…
Andam por aí uns seres que afirmam, tonitruantes, que o interesse nacional implica que todos façamos sacrifícios. Só que uns são mais «TODOS» que outros. Por isso nem pensar em soluções tais como o aumento de receita proveniente da aplicação à banca e aos grandes grupos económicos da taxa efectiva de IRC de 25% (500 milhões de euros, mínimo). Ou a da aplicação de um novo imposto às transacções em Bolsa (mínimo de 135 milhões de euros). Ou a eliminação dos benefícios fiscais em PPR (100 milhões). No conjunto o Estado poderia obter uma receita, no mínimo, de 735 milhões de euros. Bem próxima da que espera obter com o aumento do IRS e com o aumento geral das taxas do IVA propostos pelo Governo e pelo PSD (cerca de 830 milhões de euros).
Se contássemos com a aplicação de um novo imposto às transferências financeiras para os offshores, (cerca de 2200 milhões de euros, base 2009), poderíamos ter uma receita fiscal anual global adicional rondando os três mil milhões de euros. Isto é: com estas propostas do PCP outro dia recusadas na Assembleia da República, o Estado estaria em condições de arrecadar pelo menos três vezes mais receita que aquela que o Governo e o PSD esperam obter com o pacote fiscal do PEC 2.

Pessoas sem carácter…

4 comentários:

Anónimo disse...

O Baptista nas proximas eleiçoes vai levar uma banhada com o candidato a presidencia da camara o deputado Frederico Castro o Baptista já era.
Frederico Castro já anda em camapanha basta ver o Diario do Minho de ontem é capa de jornal e no correi do minho.
Por este andar vamos yer um presidente altura da Póvoa de Lanhoso.

Anónimo disse...

A Literatura e a Cultura Portuguesa estão de luto.Morreu José Saramago,grande escritor e um dos seus maiores vultos do século XX e XXI.Foi um grande narrador que soube sempre imprimir aos seus livros um cunho de verdade e verticalidade e que nunca se calou e atemorizou contra aqueles que dominam o mundo duma forma cruel e ignóbil.José Saramago ficará para sempre gravado a letras de ouro no imaginário daqueles que com ele lutaram para transformar Portugal e o Mundo para sociedades mais justas,igualitárias e fraternas,e por isso morreu abraçado ao projecto de uma sociedade nova onde os trabalhadores,os mais carentes e desfavorecidos,tivessem uma sociedade e um País onde valesse a pena viver.Esse sonho,por agora,foi por água abaixo,mas os resistentes de sempre continuam a lutar por esses objectivos determinantes que ele até à sua morte nunca abdicou e que nós também não abdicaremos,isso camarada e amigo José Saramago podes estar certo que vamos conseguir um dia destes...
Estou triste,foi mais um dos nossos que morreu,mas a tua extraordinária obra literária que nos deixas-te,como património,essa continuará pela vida fora.

Fraternas condolências e muita coragem para a tua querida companheira Pilar e restante família,Paz eterna para ti e até sempre!!!

Anónimo disse...

Isso não passa de ilusões por mais que o Batista cometa erros sobre erros.Não tem perfil e nem é um político que lute por algo que interesse aos povoenses,tem-se visto em relação ao PIDDAC,quanto veio de verbas para investimentos? Zero! O que fez em relação ao encerramentos das urgências? Zero! O que fez no PS e na AR para travar as medidas draconianas que o seu Governo lançou contra os mesmos de sempre? Zero!O que faz na AR para lutar contra a desertificação do Concelho? Zero! O que está a fazer para defender os trabalhadores desempregados e os mais desfavorecidos do Concelho? Zero!

Amigo,ele pode dar as entrevistas que quiser ao Diário do Minho,Correio do Minho,Terras de Lanhoso e Maria da Fonte,que já não engana mais ninguém como os seus antecessores,perder tempo a ler o que ele diz entra-me por um ouvido e sai-me pelo outro,estou cheio destas personagens sinistras que andam na política para se servirem a eles e aos seus interesses de classe,destes políticos estamos fartos e já nem os podemos ver à nossa frente.

Por isso o meu veemente apelo aos povoenses,quando se realizarem eleições locais autárquicas,para votarem nas pessoas certas e sérias que querem servir o povo e não servirem-se a eles.Felizmente ainda há neste Concelho gente com esse perfil,é só olharem à vossa volta para descobrirem quem não tem "rabos de palha" e que luta por aqueles que não têm voz e são marginalizados pelo Sr.Frederico Castro e muitos outros que gervitam à sua volta no PS,no PSD e no CDS/PP,correcto?!

Anónimo disse...

Esta de postarem um coentário sobre Frederico castro,desculpem senhor Deputado Frederico castro num espaço onde se fala de pulhice humana veio mesmo a calhar
Não acham?