segunda-feira, 26 de julho de 2010

O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU

Apesar de existir quem queira ver os números de uma forma positiva, ainda que ligeira do estado Geral da Nação a verdade é outra, Portugal vive uma crise social e económica gravíssima, reflectindo uma sociedade cada vez mais injusta.
O desemprego atinge proporções dramáticas, bastando fazer o simples exercício de contabilizarmos no círculo familiar ou de amigos próximos, quantos desempregados existem, numa ronda rápida, identificamos uns quantos, identificamos ainda os que trabalham sem qualquer vínculo ou regalia e não deixamos de nos assustar com o futuro dos nossos filhos que vemos ainda de um tom mais escuro que o actual se seguirmos este caminho, mas nem precisamos de fazer tal reflexão, os números oficiais, que não contabilizam quem procura o primeiro emprego, quem se viu obrigado a constituir-se como empresário apenas e só para continuar a trabalhar no fantástico esquema dos “recibos verdes” ou quem está a fazer um curso formação profissional no âmbito da procura de emprego, os números oficiais assumem o número galopante de desempregados no País, como se tal não bastasse, até o Verão que costuma ser uma espécie de tábua de salvação, principalmente na Industria do Turismo e da Restauração, salvou menos este ano.
Como se nada disso bastasse continuamos a receber noticias de mais despedimentos colectivos em mais empresas que vão fechar, o corte nos apoios sociais, os baixos salários, o aumento de impostos, as pensões no limiar da miséria, o atraso no pagamento de subsídios de desemprego, a criação de portagens em vias estrategicamente construídas sem custos para o utilizador (SCUTS), o fecho de serviços de saúde públicos, o fecho de escolas e a imposição de mega agrupamentos escolares contra parecer de Autarquias, Professores e Associações de Pais, a ineficácia da Justiça, uma bola de neve gigantesca que ameaça apenas e só os mais desfavorecidos.
Paralelamente foram efectuados novos enquadramentos fiscais para o sector bancário que permitem não só o encaixe de mais de 5 mil milhões de Euros de dinheiro público “dado” em 2009, como a redução em cerca de quarenta por cento nos impostos pagos ao estado pela banca, que curiosamente arrecadou mais de 5 milhões de euros de lucro por dia em 2009.

O Estado da Nação é assim preocupante, começa a ser claro que a recuperação económica e social não pode continuar a ter como base o “aperto do cinto” dos mais pobres, talvez seja melhor apertar outros cintos?

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