segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

DIGA NÃO À ESCRAVATURA MODERNA



Faça as suas compras dia 23. Solidarize-se com os trabalhadores das grandes superfícies, em greve dia 24. Diga não à escravatura moderna!

No passado dia 14 reuniram-se dirigentes, delegados e outros activistas sindicais das empresas da grande distribuição, donde saiu a convocação de uma greve para dia 24

Da resolução que aprovaram, ressaltamos o seguinte:

“…Na segunda está de descanso, telefonam-lhe a dizer que na terça vens fazer mais 4 horas depois das 21, entras às 12 fazes o teu horário normal até às 21 horas, e trabalhas em regime de adaptabilidade ou para o banco de horas, conforme opção da empresa, mais 4 horas, até à 1 hora da manhã, e vão 12 horas de trabalho …
Na terça, no final do dia, simplesmente, dizem-lhe que na quarta vens fazer mais 4 horas depois das 21, entras às 12 fazes o teu horário normal até às 21 horas, e trabalhas no regime de adaptabilidade ou para o banco de horas mais 4 até à 1 hora da manhã, e vão mais 12 ....
Na quinta está de descanso, telefonam-lhe a dizer que na sexta vens fazer mais 4 horas antes das 12, entras às 8 e depois fazes o teu horário normal das 12 às 21 horas, e vão mais 12 horas de trabalho ....
Na sexta o chefe diz-lhe: sábado vens fazer mais 2 horas antes das 12, entras às 10, segue-se o teu horário normal das 12 às 21 horas, e a seguir, porque é sábado as vendas aumentam, precisamos muito de ti cá, fazes mais 2 das 21 às 23 horas, e vão mais 12....
No sábado dizem-lhe, simplesmente, amanhã domingo vens às 10 horas e trabalhas até às 23 horas, e vão mais 12 horas de trabalho.
No conjunto trabalhou 60 horas na semana, espectacularmente, foi respeitado o horário fixo, os 2 dias de descanso e os 5 de trabalho e ainda as 11 horas de descanso entre jornadas de trabalho impostas pela lei.

Este exemplo pode ser aplicado a quaisquer horários, com ligeiras adaptações, semanas e semanas a fio … E assim sucessivamente, semana após semana, até adoecer ou se despedir porque não aguenta mais os problemas familiares, ou então junta-se aos outros colegas e pára o trabalho até o abuso terminar e a empresa respeitar a saúde, a vida, a família e a dignidade de todos os trabalhadores.
Nas lojas com menor amplitude de abertura, em vez de 2 passam a precisar apenas de 1 trabalhador para fazer todo o horário da secção ou sector.


Para evitar esta experiência muito traumática, que alguns já provaram e sabem ser insuportável, recusamos negociar estas desumanas barbaridades, contrárias à saúde, à vida, à família e à dignidade dos trabalhadores, que têm em vista aumentar o imenso poder unilateral das empresas e seus representantes nos locais de trabalho, a obtenção de trabalho gratuito para reduzir custos, diminuir o emprego e aumentar lucros.



Recusamos também aumentar ainda mais a precariedade, com motivos para contratar a termo e em alternativa exigimos a reposição da legalidade, ou seja a passagem a efectivos dos trabalhadores contratados a termo a ocupar postos de trabalho permanentes.






De igual modo exigimos um aumento salarial que actualize os baixos salários praticados na grande distribuição, a maioria ao nível ou próximo do salário mínimo nacional, apesar do desmesurado crescimento e lucros dos grupos e empresas da grande distribuição.

3 comentários:

Anónimo disse...

Em protesto contra a vontade dos grandes hipermercados em alargar o período de trabalho até às 60 horas semanais, (14 horas por dia) os trabalhadores marcaram uma greve para o próximo dia 24.
- “Não acredito nesse anúncio de greve para a véspera de Natal e que os sindicatos sejam duplamente irresponsáveis: criar desconforto a milhões de portugueses por um pequeno ataque de baixa qualidade e, segundo, - seria muito mais grave – ousem formar algum movimento e não deixam trabalhar os trabalhadores que querem trabalhar”.
Desconforto a milhões de portugueses por os trabalhadores estarem a defender os seus direitos, (e os nossos porque também chegará o dia em que nos quererão impor o mesmo)? Desconforto é sabermos que se frequentarmos os antros dos Belmiros e companhia estamos a pactuar com a exploração de mão-de-obra mal paga? Desconforto é saber que mesmo em ano de crise os lucros dessa gente subiu na ordem das centenas de milhões e mesmo assim não se coíbem de explorar ainda mais quem trabalha para eles e lhes permite serem cada vez mais ricos. Desconforto é saber a pressão e as ameaças que vão sofrer quem trabalha para aquela gente. Desconforto é saber que esta gente reina neste país com a bênção da nova lei do trabalho imposta por um governo que se diz socialista.
É por isso que devemos estar solidários e não frequentar,pelo menos no dia 24 estes "antros de escravatura moderna"

Anónimo disse...

São coisas de Abutres criados pelo capitalismo e alimentados de "carne humana"

Anónimo disse...

Resultado da luta no comércio
«Flexigurança» derrotada


A adaptabilidade dos horários, uma das ideias-chave da «flexigurança» que governos e patrões da Europa querem impor aos trabalhadores, perdeu uma importante batalha. Em resposta à greve, convocada para amanhã nas grandes superfícies comerciais, empresas e dirigentes patronais vieram negar publicamente que pretendam levar os horários de trabalho até às 12 horas diárias e 60 horas semanais. O CESP/CGTP-IN retirou o pré-aviso de greve, salientando a importância da dinâmica de luta nos super e hipermercados, com nítido apoio da opinião pública às posições sindicais.