terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A sem vergonhice de algumas associações patronais


A propósito das posições patronais sobre o Salário Mínimo Nacional apenas duas notas:


1. Com base nos números oficiais, conclui-se que entre 1973 e 1975 a parte que as remunerações, sem incluir as contribuições sociais, representavam do PIB aumentou de uma forma contínua e significativa. Passou de 47% para 59% do PIB entre 1973 e 1975. Depois assistiu-se a uma diminuição sistemática, alcançando com o governo de Sócrates, em 2008, apenas 34% do PIB. E a previsão é que sofra uma nova redução em 2009.
Estamos pois perante um agravamento contínuo da repartição da riqueza criada em Portugal. Congelar, ou reduzir, os salários só poderia agravar ainda mais a crise económica, com mais falências e mais desemprego. Durante anos o acesso fácil ao crédito substituiu o aumento das remunerações dos trabalhadores. As consequências estão à vista de todos. A crise actual é também uma crise de procura. A redução dos salários reais dos trabalhadores provocaria uma redução ainda maior da procura.


2. Se o salário mínimo tivesse sido actualizado desde 1974, repondo a inflação de cada ano, o seu valor em 2010 seria de 562 euros e não os 475 euros anunciados pelo Governo. Aquela quantia respeitaria o limiar de 60 por cento da remuneração base média tida internacionalmente como suficiente para um nível de vida decente.


Estamos entendidos ou é preciso fazer um desenho?

3 comentários:

Anónimo disse...

SOCIOPATAS
Em perfeita concordância com as obscenidades contra os trabalhadores e os seus sindicatos, que o patronato tem vindo a proferir nos últimos tempos, aí os temos! Contra a proposta de aumento de 25 euros no salário mínimo para o próximo ano, os patrões contra propõem apenas 10 euros de aumento.
Isto enquanto as suas prostitutas e amantes por conta (para além das “legítimas”) se passeiam de festa em festa, de spa em spa, de cirurgia plástica em cirurgia plástica, de estilista em estilista, de joalheiro em joalheiro, estoirando milhões e “gastando aos cem” muito mais do que as “bombas” milionárias em que se fazem transportar. Alguns e algumas têm mesmo a desfaçatez de brilhar à noite em galas de caridadezinha a favor dos desfavorecidos... alguns dos quais eles próprios despediram durante o dia.
Se já é difícil, por vezes, manter um diálogo sereno com os defensores do capitalismo e a sua sagrada economia de mercado, então quando alguém defende este género de capitalismo selvagem, criminoso e verdadeiramente sociopata...

(roubado gentilmente ao Samuel)

Anónimo disse...

A está uma análise corajosa,realista e frontal que subscrevo totalmente e que só envergonha e desprestigia quem obscenamente gasta aquilo que não é deles e que procura neste país e nesta sociedade tirar partido de um certo "poder" económico ou político que não tem.

No dia em que se fizer um acerto de contas,entre o deve/haver,naturalmente que alguém vai ter de pagar este "gôzo" que é feito à custa do dinheiro dos trabalhadores e do estado,sublinho,que é de todos os portugueses e não só dos "parasitas" e chicos espertos" que se vanglorizam por tudo que é sítio de prosmicuidade e de insulto à "carteira" dos mais desfavorecidos e maltratados.

Esta proposta de 10 euros de aumento mensal que o patronato mais corrupto,indecente e reaccionário propõe,é uma provocação aos trabalhadores,aos sindicatos,ao governo PS,ás instituições sociais e religiosas e demonstra bem como eles querem continuar a "mamar" à custa dos mesmos de sempre.

Como dizia o outro estão a precisar que lhe "partam os dentes" para lhes acabar com esta impunidade e falta de racionalidade humana,já cansa tanto despudor e falta de respeito, é preciso acabar com este discurso absolutamente imoral e desrespeitador do ser humano.

Que comam e deêm o que é deles,o dos outros não porque dói muito...

Nadi@ disse...

Gente desta laia são os novos “negreiros” que continuam, séculos depois, a “marcar” os seus escravos, embora com outros ferros.