quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

EXPLORAÇÃO E LUCRO



Mais de 1600 milhões de euros foi quanto dois dos principais grupos da grande distribuição – SONAE e Jerónimo Martins – acumularam de lucros desde o início de 2005 – período coincidente com início do primeiro Governo PS/Sócrates – e o 3.º trimestre de 2009. Um valor colossal alcançado à custa da exploração de milhares de trabalhadores e da ruína de um sem número de pequenos comerciantes.


As grandes superfícies comerciais são autênticas «catedrais de consumo», cuja concepção é estudada até ao último pormenor. Utilizam e desenvolvem sofisticadas técnicas de marketing, promovem a venda por via do crédito, beneficiam de importantes apoios públicos, de uma legislação cada vez mais permissiva, da cedência de terrenos e de outros privilégios. Encaixam que nem uma luva, seja pelos horários em que estão abertas seja pelos serviços que disponibilizam, nesta actual fase de desenvolvimento do capitalismo. No shoping, mesmo com um magro salário, compra-se a comida, a roupa, o electrodoméstico, dá-se um passeio, vai-se ao cinema, ao cabeleireiro, ao banco, passa-se os tempos livres depois da escola ou mata-se o tempo enquanto não se arranja emprego. Tudo sem de lá sair. O local ideal para satisfazer todas as necessidades de quem tenha o horário de trabalho virado do avesso. E mesmo essa massa imensa que aí circula sem consumir é enquadrada nos objectivos do negócio, faz parte do cenário, atrai outros clientes.

Quem lá trabalha, nestes novos e sofisticados espaços de consumo do século XXI, confronta-se com direitos cada vez mais parecidos aos do século XIX. Caixas, vigilantes, repositores, operários de manutenção, balconistas, cozinheiros, auxiliares, administrativos, são milhares os trabalhadores que fazem funcionar estas caixas registadoras gigantes. Os baixos salários, a desregulamentação de horários, a precariedade são as três certezas da situação laboral de cada um. Suficiente? Claro que não.

Por todo o lado, a crise do capitalismo, associada a um poder político serventuário do grande capital, cria as condições ideais para uma nova ofensiva aos direitos dos trabalhadores. A saída que está a ser forjada pelos centros de decisão do capitalismo para a actual situação é uma nova ofensiva de classe contra os direitos dos trabalhadores.

A proposta de horários de 60 horas semanais avançada nestes dias pelo patronato do sector, em sede da negociação do contracto colectivo de trabalho, é um ilustrativo exemplo de até onde querem ir. Por tudo isso, as acções de luta decididas pelos trabalhadores das grandes superfícies merecem a solidariedade e o empenho dos comunistas. Uma coisa é certa: só a luta pode travar esta gente!

2 comentários:

Jornalistas do Maria "arrasam" Belarmino... disse...

A "BOCA DO ANO" vem de Ricardo Miguel Vasconcelos e Lurdes Marques, do Maria da Fonte, ligado ao CORREIO DO MINHO e vai directa PARA CERTOS SOCIALISTAS REFORMADOS...

Leia-se só este parágrafo no Bom Natal, na última página:

"É que no mundo do Jornalismo não há benesses do Estado ou empresa pública para nos mandarem para casa aos 50 anos e passarmos o dia a acusar o outro de nos estar a fazer mal"


ENCAIXA BELARMINO...

Anónimo disse...

Foi isto que o PS gerou ao longo destes anos,os "boys" e os sangue-sugas conseguiram direitos inimagináveis que outros trabalhadores nunca conseguirão na vida.
É esta a verdadeira corrupção que os partidos do poder,PS,PSD e CDS/PP,têm feito ao longo destes 33 anos,"quem não é por nós é contra nós" e tudo que era "tacho" desde a administração pública(função pública e autarquias)ás empresas públicas,ás forças de segurança e outras instituições públicas foram controladas e dominadas principalmente por militantes e destacados dirigentes destes partidos,com maior incidência a nível do PS e do PSD,foi uma autêntica "caça aos tachos" e a tudo que era empregos de alta segurança,com chorudos salários e reformas que a grande maioria dos trabalhadores não tinha nem tem e depois quem pagou e paga a factura são os comunistas,pouca vergonha destes "chulos" que em vez de servirem o país o sugam de toda e qualquer maneira porque é esta a sua filosofia dum estado de direito democrático e pluralista.
Se o país está a sim deve-o a estes falsos democratas que só pensam neles e nos seus familiares e amigos,é uma autêntica "máfia" que governa o estado português e um dia o povo tem de acertar contas com estes "indígenas" que não prestam para nada.
Isto é revoltante e denota que ninguém tem moral para atacar ninguém,eles entendem-se em tudo que é preciso "cerrar fileiras e dar as mãos" para que os processos em fase de decisão não andarem para a frente.
Os grandes "coveiros" do 25 de Abril e da Revolução Democrática têm um nome:Partido Socialista e Partido Social Democrata,ambos tomaram conta do aparelho de estado e o povo tem de os destronar para que Portugal se torne num verdadeiro país democrático ao serviço dos trabalhadores e do povo.Sem isso, meus caros amigos,vão continuar a aparecer muitos Belarminos pelos país fora,porque as leis em vigor só são aplicadas aos trabalhadores das empresas privadas,estes é que são os eternos sacrificados deste país sem "Rei nem Roca"!!!